Livro 1 - Conspiração (último arco)
Arco VI - Conspiração
Cap. 56 - O Aviso do Demônio
Todos estavam apavorados diante daquele fato, sobre eles
flutuava o guerreiro sulfure.
-Como ele nos encontrou? -esbravejou Arwen.
-Ele tem uma incrível audição. Com concentração ele é capaz
de reconhecer uma voz em até 20km. -respondeu Tarlian. -Ele deve ter escutado
minha voz.
O sulfure desceu e parou diante do grupo com as asas abertas
e uma lança negra na mão.
-E então senhores? Vão me entregar a pedra ou terei que ir
busca-la?
-O que faremos agora? -perguntou Jacques.
-Acho que teremos que lutar. -respondeu Morn.
-E seremos mortos. -respondeu Tarlian.
-Tem uma ideia melhor?
-Eu tenho, mas preciso que me deem meia hora. -falou Vëon,
ele se virou para Laurëa. -Você vem comigo.
-Meia hora? -berrou o orc puxando seu machado. -Não quer um
pernil e uma taça de vinho também.
Todos sacaram suas armas e partiram em direção ao sulfure.
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Odisseia, Reino de Valkaria
-Minha senhora, está na hora. -avisou o fiel sacerdote.
A deusa não precisava do lembrete, ela já estava pronta.
Seria a primeira vez que voltaria a Ordine depois de seu julgamento, mas desta
vez era diferente. Desta vez ela não iria para se defender, não, ela havia
recuperado seu posto de deusa maior e agora voltava para ocupar sua cadeira de
direito. Ela se encaminhou ao portal e em instantes já estava no reino de
Khalmyr, deus da ordem e da justiça.
Sinceramente, ela odiava aquele lugar. Era perfeito demais,
sem sentimentos. No horizonte era possível visualizar uma cordilheira de
montanhas iguais, assim como as nuvens e árvores perfeitamente simétricas, de
cada um dos lados correu um veado, para se esconderem embaixo de cavernas
iguais. Era como olhar em um espelho.
No centro exato estava o castelo de Khalmyr, igualmente
perfeito. Na porta dois paladinos guardavam a entrada em suas armaduras
brilhantes. Um anão vestido de branco e com o símbolo de Khalmyr no peito, uma
espada com duas balanças, veio recebe-la na porta e leva-la até o salão
principal. Os passos decididos da deusa ecoavam pelos corredores de pedra.
Ela entrou no amplo salão, no centro havia uma mesa de
madeira com vinte lugares. Em cada um deles estava um cálice com o mais puro
vinho. Khalmyr já ocupava seu lugar em uma das cabeceiras, Apenas duas cadeiras
estavam ocupadas, Lena, deusa da Vida e Marah, deusa da Paz. Valkaria ignorou a
mesa e caminhou até a sacada do castelo, onde outra deusa encarava o horizonte.
-Chegou cedo Valkaria. -comentou Tenebra com sua calma.
-Nossos filhos estão com problemas novamente. -falou a deusa
da ambição.
-Sim, estive olhando eles.
-E não fez nada? -esbravejou a primeira.
-O que eu faria? Acha que não temos problemas demais aqui?
-Esse é o problema, vocês pensam demais. -falou uma terceira
voz.
Pela primeira vez elas perceberam a presença do deus trapaceiro.
Ele estava sentado em um dos cantos comendo uma maçã.
-O que você quer dizer maldito? -perguntou Valkaria.
-Eu já cuidei deste probleminha. A esta hora ele já deve
estar resolvido e nossos "heróis" caminham em direção ao Monte
Palidor. -respondeu Hynnin, que então virou-se para o salão novamente. -Olhem,
Khalmyr chegou, sempre pontual.
Ele deu as costas para as duas deusas e partiu em direção a
mesa de reuniões.
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Gwenh, Morn e Thargon lutavam contra Maltravan com todas as
suas forças. Mais afastados, Tarlian, Jacques e Arwen faziam a proteção de Vëon
e Laurëa. Os dois pareciam preparar alguma magia.
-Não quero apressar vocês, mas acho que estamos ficando sem
tempo. -falou Jacques.
-Calma, só mais um pouco. -respondeu Vëon, então suas mãos começaram
a brilhar. -Rápido, fechem seus olhos.
Uma explosão branca tomou conta de tudo, cegando todos por
alguns minutos. Maltravan e Gwenh caíram inconscientes.
-Rápido, não sabemos quanto tempo irá durar. -gritou Laurëa.
-Podia ter usado esse teu truque antes. -gritou Morn
enquanto colocava o corpo de Gwenh no ombro.
-Não posso usá-lo em locais claros, não funciona. -respondeu
a cleriga. -Só conseguimos lançá-lo por causa do poder de Vëon. Mas o efeito não
vai ser o mesmo, pois ele não tem o poder para evocar magias divinas.
-finalizou ela apontando para as mãos queimadas do gênio.
-Para onde iremos? -perguntou Arwen.
-Monte Palidor. -apontou Thargon. -Lá poderemos nos
esconder.
Todos seguiram o minotauro, menos Tarlian que ficou para trás.
-Anda logo barda, já estou com um nas costas, não quer que
eu lhe carregue também. -gritou Morn.
-Não irei. Não posso mais coloca-los em risco. -falou a
garota.
-Não seja louca, se ele lhe encontrar vai matá-la.
-esbravejou Thargon.
-Irei leva-lo para o outro lado. Quando me encontrar já será
tarde demais.
-Não faça isso. -implorou Jacques. -Venha conosco, iremos
protege-la. Por favor não vá.
Mas a humana não lhe deu ouvidos. Ela deu as costas e partiu
na direção oposta, deixando para trás seus únicos amigos.
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Maltravan abriu calmamente seus olhos, eles doíam por causa
da luz forte. Essa era a segunda vez que o derrubavam e isso já estava
irritando o sulfure. Ele se sentou e encarou o céu, o sol ainda estava na mesma
posição que se lembrava, então não havia apagado por tanto tempo. Se concentrou
um pouco e conseguiu distinguir os passos apressados em direção ao sul, mas então
outro ponto lhe chamou a atenção, havia mais em direção ao norte. Talvez
tivessem se separado, mandado Tarlian embora para que não pudesse mais ouvir a
voz dela.
-Sim, eles se separaram. -falou uma voz as suas costas.
O sulfure saltou como uma presa acuada. Sentado sobre uma
pedra embaixo de alguns coqueiros estava um garoto, devia ter pouco mais de vinte
anos. O humano parecia mais preocupado em limpar suas unhas com uma adaga do
que com o guerreiro a sua frente.
-Quem é você? -gritou Maltravan.
O garoto apenas levantou a cabeça para em seguida voltar a
baixa-la. O sulfure não podia admitir ser tão ridicularizado. Ele apanhou sua lança
e arremessou-a em direção ao humano, mas ele já não estava mais lá. Um chute
nas costas derrubou o demônio.
-Baixa a bola, ok?! -a voz do garoto era desdenhosa. -Não
estou aqui para mata-lo, não ainda, hoje vim apenas lhe trazer um aviso:
deixe-os ir embora. Tanto o grupo quanto a barda.
-Porque eu faria isso?
-São ordens lá de cima. Bem lá de cima. -respondeu o humano
apontando para o céu. -Digamos que os deuses não querem que nada aconteça a
eles.
-Não ligo para deuses.
O garoto deu um chute no sulfure que o devolveu ao solo.
-Imaginei que dissesse isso. Então faz assim, liga pra mim.
Se você os seguir eu volto e te mato. Capisce? -o garoto caminhou até a pedra,
pegou uma mochila e jogou-a para o sulfure. -Acho que ai dentro tem algo que
pode lhe convencer.
Maltravan abriu a bolsa e encontrou algo que não esperava,
uma Lagrima de Valkaria. Como era possível?
-Quem e você maldito? -gritou.
O garoto já se dirigia a floresta, mas parou e se virou para
o guerreiro com um sorriso maldoso no rosto.
-Cavendish. -falou com uma reverência. -Sean Cavendish. Não esqueça
esse nome, não terá a mesma sorte na próxima vez que o escutar.
Ele então entrou na floresta e desapareceu, deixando o
apavorado sulfure sozinho.
-Cavendish? O demônio Cavendish, escolhido de Hynnin?
-pensou Maltravan.
O sulfure se levantou e
decidiu obedecer as ordens do humano. Já tinha uma pedra, a vingança ficaria
para o futuro.
Continua...
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N/R: Chegamos ao 56º capítulo. Agora faltam apenas 3 e o grande véu começa a cair.
Alguns mistérios ficaram no ar: O que Cavendish fazia ali? Porque ele também tinha uma pedra? O que acontecerá com Tarlian? E o que está acontecendo no reino dos deuses?
Mais 3 capítulos pessoal, e tudo será revelado.
Semana que vem tem uma surpresa. Não percam. :D
Semana que vem tem uma surpresa. Não percam. :D
Não tive tempo pra começar a ler a história ainda, mas estou ansiosa pra ler .
ResponderExcluirBeijos :*
Oi Gabriela,
ExcluirEsse primeiro livro já esta no fim, faltam apenas 3 capítulos.
Mas eu decidi que antes de começar o segundo livro, eu vou fazer um resumo de toda a série, para aqueles que perderam o começo.
Vão ser 5 partes, do dia 02/6 ao 30/6. Uma chance de pelo menos entender como tudo aconteceu. :D
Oi, Flávio
ResponderExcluirConsegui ler os capítulos anteriores. E estou adorando. Gostei muito desse capítulo. Já estou ansiosa pelo próximo.
Fico feliz que tenha lido Monica.
ExcluirEssa reta final vai ser um tanto surpreendente.
Também comecei a ler os capítulos antigos e realmente a história é muito boa!!
ResponderExcluirFalta poucos capítulos para eu poder ler os desse arco \o/ Em breve minha leitura estará em dia...
ResponderExcluirVisite o blog "Meu Mundo, Meu Estilo"
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Pelo que vejo dos comentarios todos estão gostando, acho que vou gostar tbm, não li tudo, mas li um pouco do capitulo, e vi que tem deuses e deusas, to gostando, agora é só pegar do primeiro capitulo pra conhecer essa historia.
ResponderExcluirBom, ainda não comecei a ler dese o início então fica ruim dar uma opinião, mas li por alto e parece muito interessante!
ResponderExcluirOs títulos são bem sugestivos kkkkkkkkkk
ResponderExcluirNão vejo a hora de ler todos os capítulos e começar a acompanhar mesmo.