Livro 1 - Conspiração (último arco)
Arco VI - Conspiração
Cap. 54 - A Canção da Barda
-E
qual o seu plano pequena? -perguntou Morn.
Tarlian
ainda não tinha parado para pensar nisso. Refletindo agora, ela não fazia ideia
de como pegar a joia. Maltravan vivia com a pedra em seu poder, não retirava os
olhos dela nem para tomar banho.
-Não
sei. -respondeu desanimada.
-Imaginei
isso. -falou o orc como se fosse um sábio diante do aprendiz. -Vai ter que ser
a força.
Aquelas
palavras fizeram o sangue da humana gelar, um combate era tudo o que não podia
acontecer.
-Esperem,
vocês não podem lutar contra eles.
-Porquê
não? -perguntou Gwenh.
-Vocês
não conhecem o poder deles, principalmente de Maltravan.
-Mas
você não conhece o nosso também. -falou Jacques. -Temos um capitão de Tapista e
um general de Tenebra, temos um professor da academia arcana e também Morn que
é muito poderoso. Eu também tenho meus truques...
-O
Sardo tem seus truques você quis dizer. -cortou Gwenh, e em sua cabeça Jacques
teve certeza que seu alterego riu. -Desculpe esse surto de nosso amigo, por
favor continue.
-Estou
impressionada, vocês são um grupo formidável. Mas... -novamente seus olhos
encararam os pés.
-Mas...
-falou Morn visivelmente nervoso.
-Mas
vocês não são páreos para eles. Talvez para os três primeiros, mas não durariam
contra Maltravan.
Todos
ficaram em silêncio, pensando na difícil batalha que se anunciava.
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-Onde
está Tarlian? -perguntou o sulfure.
Sua
voz grossa assustou os companheiros, era cedo ainda, Maltravan não costumava
sair de seu quarto antes da noite. E pior, ele parecia de mau humor.
-Ela
foi até um pub no centro da cidade. -respondeu Salazir sem retirar os olhos de
seu livro.
-Vocês
sabem onde fica?
-Próximo
a praça principal. -respondeu Hamna.
-Ótimo,
preparem suas coisas, estamos indo embora. No caminho passaremos por este lugar
e pegaremos ela. -finalizou o demônio voltando para seu quarto.
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Thargon
e Laurëa continuavam sentados na barraca de lanches, seus olhos grudados na
porta da loja de instrumentos.
-Eles
já estão lá dentro a muito tempo. -comentou Laurëa. -Será que não tem outra
passagem?
O
minotauro pensava na mesma coisa, mas então algo chamou sua atenção. Próximo a
eles passou um grupo de quatro elementos. O primeiro era um elfo, visivelmente
um mago por sua túnica celeste e o grimório nos braços, ao lado dele um pequeno
halfling feio, vestia um poncho verde musgo que lhe cobria o corpo e os braços,
havia também um troglodita bárbaro que arrastava um porrete feito com o tronco
de uma árvore, era raro ver um caminhando pelas ruas, visto que essa raça odeia
o sol.
Mas
quem mais se destacava era o sulfure, o guerreiro parecia mais alto que Thargon
e Morn, mas era tão magro quanto Vëon. O tronco nu estava coberto por espirais
negras, minunciosamente desenhadas em seu corpo, vestia apenas o que parecia
ser uma longa saia prateada. Seu rosto era fino, mas incrivelmente belo. De sua
testa brotavam dois chifres que faziam uma leve curva em direção ao céu e em
suas costas havia duas asas negras, pareciam rasgadas e corroídas, o que para
um sulfure é algo de que se orgulhar.
Considerados
por muitos como demônios, os sulfures foram caçados e quase extintos. Ainda
hoje é raro se encontrar um caminhando tão livremente na rua. Por esse motivo
se sabe tão pouco sobre essa raça, mas a única certeza que todos tem é a de que
não existe no mundo um sulfure bondoso.
-Não
são os companheiros dela? -perguntou Laurëa.
-São.
Vamos segui-los com calma. -respondeu o minotauro.
O
grupo caminhou em direção a loja sem perceber a presença da dupla de
aventureiros.
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O
plano já estava definido, atacariam durante a noite na estalagem que a humana
havia apontado. Deveriam esperar até o sulfure e embosca-lo com o grupo
inteiro, talvez desse modo pudessem escapar.
-Melhor
voltarmos para preparar o ataque. -falou Morn.
Todos
concordaram, mas quando se levantaram para partir uma onda de pavor tomou conta
deles. Lentamente um grupo descia a escada de madeira, seus passos firmes
chamaram a atenção de todos na taverna e até mesmo a banda parou de tocar.
-O
que significa isso Tarlian? -perguntou a voz cruel de Maltravan.
A
garota que parecia assustada segundos antes, agora mostrava um sorriso irônico.
-Ora
Maltravan, não era você quem mais duvidava de minha força? Eu resolvi lhe
mostrar então, aqui estão nossos perseguidores.
-Está
faltando gente.
-Tem
mais dois na praça. -respondeu a garota enquanto caminhava até seus
companheiros. -Se eles os viram, aposto que devem descer por esta escada em
breve.
Quase
que imediatamente os pés do minotauro e da halfling surgiram no topo da escada.
Quando chegaram ao subsolo, Thargon e Laurëa foram surpreendidos com uma
pancada na cabeça.
-Tenho
que admitir Tarlian, subestimei você. -falou o demônio. -Seu plano foi muito prático
para nós, ousado claro, mas extremamente prático. -os olhos do sulfure
brilharam em um vermelho. -Vamos ver seu poder como está.
A
garota assentiu com a cabeça e puxou o banjo que levava nas costas. Uma melodia
começou a tomar conta da taverna, era um som doce e relaxante. Quando a humana começou
a cantar, imediatamente Jacques caiu de joelhos, segundos depois foi Laurëa.
-Ela
está tentando nos fazer dormir. -gritou Gwenh.
O
elfo partiu em direção a barda, mas uma barreira invisível barrou sua passagem.
Ele não teve tempo de entender o que era, pois um pesado porrete lhe acertou na
cabeça, acabando com o elfo de maneira rápida.
-Gwenh!
-gritou Thargon ao ver o corpo do companheiro tombar morto no solo.
Imediatamente
o capitão saltou em direção ao troglodita que havia atacado o elfo, mas
novamente uma barreira invisível impediu o ataque.
-O
mago! -esbravejou.
Mas
então ele sentiu sua garganta apertar violentamente. O guerreiro olhou para trás
e encontrou o halfling rindo, era como se o inimigo segurasse algo com força. Thargon
precisou forçar a vista para identificar o fino fio que saia das mãos do halfling
e davam a volta em seu pescoço.
-Maldito,
como não consegui sentir isso. -gritava o minotauro enquanto tentava arrebentar
o fio.
-Não
adianta, nem mesmo um gigante conseguiria arrebentar esse fio. -falou o adversário
com sua voz esganiçada.
Morn
correu para ajudar o companheiro, mas um soco o arremessou contra as mesas. O
sulfure se aproximou do orc calmamente.
-Vocês
são fortes, devo parabeniza-los por isso. -sua voz era assustadora. -Até mesmo
guerreiros experientes caíram diante da canção de calma da Tarlian. Mas vocês três
não só aguentaram como também atacaram, estou impressionado.
O
orc se levantou com certa dificuldade, aquele soco o deixou meio tonto. A sua
frente ele viu Thargon finalmente sucumbir ao esganamento e cair no solo. Só
restava ele.
-Vamos
terminar com isso. -falou Maltravan como se pudesse ler os pensamentos de Morn.
-Fique de pé e me ataque.
O
orc se levantou e ergueu seu machado, iria atacar com tudo o que tinha. Buscou
toda sua fúria e investiu contra o sulfure. O demônio desviou facilmente do
machado de Morn, mas o orc com sua incrível agilidade acertou um chute no estômago
do adversário. Todos pararam, aquela era a primeira vez que Maltravan era acertado.
-Chega!
-falou o demônio abrindo suas asas negras.
A
velocidade do adversário aumento, Morn só conseguia enxergar borrões na taverna
escura. Até que ele sentiu as duas estocadas no peito, Maltravan havia usado os
chifres. Lentamente o orc caiu de joelhos, a sua frente o sulfure surgiu. Nas mãos
ele carregava uma linda espada de prata, ele a ergueu sobre a cabeça preparando
o golpe final, para Morn não havia mais opção além de esperar. A espada desceu
em um arco perfeito no pescoço do orc, o corpo morto caiu seco enquanto cabeça
tombava para o outro lado. Todos na taverna riam com a situação.
Ao
fundo, a música de Tarlian terminava.
Continua...
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N/R: Buenas leitores de BdNM.
Reta final de batalhas pegando fogo, agora faltam apenas 9 capítulos para o surpreendente final deste livro 1.
Reta final de batalhas pegando fogo, agora faltam apenas 9 capítulos para o surpreendente final deste livro 1.
Vou deixar aqui os links para download de todos os pdf's dos arcos anteriores, lembrando que o download é gratuito:
Arco 1 - Vilarejo Koonji - Cp. 01 a 07
Arco 2 - Mercado dos Goblins - Cp. 08 a 13
Arco 3 - A Bela e o Prisioneiro - Cp. 14 a 30
Arco 4 - Valkaria - Cp. 31 a 42
Arco 5 - Senhores da Noite - Cp. 43 a 51
Arco 6 - Conspiração - Cp. 52 - Cp. 53
Lembrando que ao final deste livro 1, irei disponibilizar novamente os pdf's de cada um dos arcos, além de um pdf do livro inteiro. :D
Espero que acompanhem essa reta final o/
E quem estiver perdido, antes de começar o livro 2 teremos um resumão sobre tudo que aconteceu no livro 1. :D
Até semana que vem.
Arco 1 - Vilarejo Koonji - Cp. 01 a 07
Arco 2 - Mercado dos Goblins - Cp. 08 a 13
Arco 3 - A Bela e o Prisioneiro - Cp. 14 a 30
Arco 4 - Valkaria - Cp. 31 a 42
Arco 5 - Senhores da Noite - Cp. 43 a 51
Arco 6 - Conspiração - Cp. 52 - Cp. 53
Lembrando que ao final deste livro 1, irei disponibilizar novamente os pdf's de cada um dos arcos, além de um pdf do livro inteiro. :D
Espero que acompanhem essa reta final o/
E quem estiver perdido, antes de começar o livro 2 teremos um resumão sobre tudo que aconteceu no livro 1. :D
Até semana que vem.
Já virou mania ficar esperando segunda-feira só pra poder ler mais um capitulo(que podiam ser maiores né ) :s .
ResponderExcluirNão sou muito fã de mortes( merecidas ou não),mais gosto do modo como você descreve elas(da aquele friozinho na barriga).
Esse capítulo deu quase 4 páginas no word, não é pouco. ><
ExcluirFico feliz que esteja acompanhando, esse finalzinho vai ser surpreendente. o/
Acho que no blog parece pouco porque lemos corrido e no word é mais mesmo kkk
ResponderExcluirGostei do capítulo, esperando a continuação *-*