Livro 1 - Conspiração
Arco III - A Bela e o Prisioneiro
Cap. 19 - Perfeitas
Os olhos da guerreira permaneciam sérios e focados em Gwenh,
assim como sua arma seguia apontada para ele, pronta para um disparo ao menor movimento.
Os demais membros do grupo permaneciam escondidos na floresta.
-Apareçam ou eu mato o elfo. -falou a guerreira.
Um a um eles foram saindo. A garota olhava com desprezo para
todos, até que seus olhos encontraram Laurëa. Ela abaixou sua arma e se
aproximou da pequena hafling.
-Quem é você? -sua voz estava mais calma.
-Eu sou Laurëa, uma clériga de Valkaria.
-O que está fazendo tão longe da capital?
-Não lhe interessa. -respondeu Laurëa decidida. -Agora
responda, quem é você?
A garota deu um sorriso, olhou para cada um dos membros do
grupo, como que tentando ler seus pensamentos. Sua cara ficou séria quando
encarou Gwenh por algum tempo. Depois ela voltou seus olhos para Laurëa e
respondeu com um sorriso no rosto enquanto amarrava seu lindo cabelo lilás em
um rabo de cavalo.
-Eu me chamo Linnáe, pode-se dizer que também sirvo a deusa
da ambição. Vim de Trebuck apenas para caçar este dragão. Mas agora já era.
-Nós sabemos onde fica o covil dele. É próximo daqui. -falou
Thargon
De repente ela parou, olhou novamente para o grupo, mas
dessa vez parecia intrigada.
-Como vocês chegaram até
aqui?
-Nós subimos por dentro da montanha, onde fica a toca dele.
-respondeu Arwen.
Ela permaneceu em silêncio, deu uma olhada para o céu como
que pedindo respostas. Todos ficaram impressionados com sua beleza, até mesmo Morn
ficou impressionado com o que viu. Menos Gwenh, sua cara permanecia fechada.
-Bom, já passou, não adianta voltar para a aldeia. -falou a
guerreira. -Existe um vilarejo aqui perto com uma taverna especial, vocês são
meus convidados.
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O grupo caminhou apenas alguns minutos por uma espaçosa
trilha até chegar a um pequeno vilarejo. Haviam varias casinhas de madeira idênticas
e padronizadas, distribuídas de maneira igual em volta de uma linda fonte
perfeitamente simétrica.
-Chega a ser assustador de tão organizada essa aldeia, não
acham? -brincou Linnáe.
Os moradores eram em sua maioria anões, mas também haviam
humanos, haflings, elfos e até mesmo um ou outro orc e goblin.
Exatamente no final do vilarejo tinha o único prédio
diferente dos demais. Um prédio alto com dois andares, cujas janelas e portas
estavam perfeitamente alinhadas e no meio uma placa escrita Taverna do Anão.
Ao entrarem na taverna a estranha organização permanecia nas
oito mesas iguais. Atrás do balcão estava sentado um anão. Seu cabelo negro mantinha-se
preso em uma perfeita trança com fios de ouro, da mesma forma estava arrumada
sua barba.
-Boa noite Kal. Quanto tempo não ponho meus pés aqui, não é?
-sorriu a garota.
-A culpa é apenas sua. -respondeu secamente o anão.
Linnáe deu uma gargalhada, era possível visualizar a alegria
sincera na risada da jovem. O grupo se dirigiu a uma mesa e pediram canecas de
cerveja.
Ao fundo da taverna havia uma linda mulher humana, vestida
com um longo vestido negro, só não mais escuro que seu liso cabelo. Sua beleza
conseguia fazer frente à beleza de Linnáe, era difícil escolher entre uma delas.
Ao lado dela, dois jovens elfos, bebiam e riam. Os olhos do trio estavam
fixados no grupo desde o momento em que entraram, algo que aparentemente deixou
a guerreira completamente mal humorada.
O taverneiro se aproximou para trazer as bebidas, mas antes
de se retirar ele olhou para Gwenh e falou:
-Aquela dama gostaria de contar com sua presença na confraternização
dela.
O elfo gelou. Todos os olhos da taverna estavam apontados
para ele. Gwenh não sabia o que fazer naquela situação.
-Maldito elfo sortudo. -gritou Morn dando um tapa nas costas
de Gwenh.
A dama negra continuava a encarar o elfo com um lindo
sorriso no rosto. Linnáe olhou para ela com uma cara de desprezo que destoava
completamente de sua perfeição, mas recebeu como retribuição um amável sorriso
com um aceno de cabeça.
Gwenh se levantou e seguiu em direção ao convite que lhe
havia sido feito. O taverneiro se aproximou de Linnáe, colocou a mão em seu
ombro e falou:
-A prioridade é dela. Essa é a ordem das coisas e você sabe.
-sua voz seca sempre assustava.
-Eu sei, mas você também sabe que eu não consigo aceitar
isso. -respondeu a guerreira.
Morn permanecia falando sobre a sorte do elfo, tanto Thargon
quanto Arwen concordavam com o orc e riam da situação. Laurëa olhava para Linnáe,
a humana estava incrivelmente preocupada mesmo só conhecendo Gwenh há apenas
algumas horas.
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Academia Arcana, quinta hora do breu.
Vëon não conseguia encontrar os livros que procurava. Nem
mesmo na área exclusiva para os funcionários mais graduados da academia. Era
como se os livros simplesmente tivessem sumido das prateleiras. O jovem gênio
decidiu ir dormir, amanhã procuraria melhor.
Quando estava deixando a biblioteca um encontro o deixou
impressionado. A sua frente, sentada no parapeito da janela estava à mulher
mais linda que ele já vira. Com um sorriso ela o cumprimentou.
-Ainda estudando meu filho? -perguntou Wynna olhando para o
espantado gênio.
-Minha senhora, é uma honra encontra-la. -falou Vëon com uma
reverencia.
A deusa desceu da janela e caminhou até o jovem feiticeiro,
ela lhe abraçou apertando-o contra seu corpo. Seu cheiro era doce como as
flores que floresciam na academia.
-Minha senhora, talvez você possa me contar uma história.
-sussurrou Vëon.
-Que história querido? -por mais que sua voz estivesse
calma, sua respiração mostrava o oposto.
-Sobre a Revolta dos Três. O que realmente aconteceu?
A deusa ficou em silêncio por vários minutos.
-Descanse meu querido. Isso é um assunto pesado demais e me
deixa triste. -finalmente falou. -Um dia eu prometo lhe contar, quando você for
meu sacerdote. Mas espere esse dia por favor.
Vëon tentou falar, mas um forte cansaço tomou conta de seu
corpo. Ele havia estudado demais e o colo da deusa era tão confortável. Antes
que pudesse perceber, ele já estava dormindo.
-Talude, leve-o para o dormitório por favor. -a deusa estava
abatida.
-Você esta bem Wynna? -perguntou o mago
-Estou querido, tudo se resolveu. Amanhã ele terá se
esquecido dessa história da revolta de Valkaria, e saberá apenas do que todos
sabem. -disse a deusa dando as costas para seu amigo.
Talude resolveu sair sem falar nada, ele sabia que a Wynna
era alegria pura. Ela não gostava que ninguém a visse chorando.
Continua...
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N/R: Semana que vem chegaremos a incrível marca de 20 capítulos. \o/
Eu sei que algumas pessoas que chegaram agora talvez estejam confusas ou sem muito tempo para procurar o cap. 01.
Então eu vou deixar novamente o link para download do PDF dos 2 primeiros arcos:
Como ainda não terminamos o 3º arco, não tenho o PDF dele ainda. Mas vou deixar o link para cada um dos capítulos dele:
Espero assim ajudar todos a acompanharem BdNM. :D
Até segunda.
Haag
Agora que li desde o começo deu pra entender, tô no capítulo 10 ainda...
ResponderExcluirQue bom que você esta gostando Gabriela. :D
ExcluirAté segunda vc já busca :P
É preciso talento para tornar uma história cativante... :) E nessa história isso não parece faltar. O pouco que li revela isso. Parabéns.
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