Livro 1 - Conspiração
Arco III - A Bela e o Prisioneiro
Cap. 17 - A Toca na Montanha
Aldeia de Farn, quarta hora do primeiro sol.
-Então estamos resolvidos, 10.000 PO e eu livro vocês dessa
praga.
O cacique não sabia o que dizer para aquela jovem. O preço
dela não era tão alto se levasse em conta o perigo que ela iria enfrentar. Mas
ele sabia que aquela simples humana não poderia enfrentar algo tão diabólico, e
ele não queria ser responsável pela morte dela.
-Mas e o resto da tua equipe? -insistiu o velho.
-Eu trabalho sozinha. -disse a jovem mostrando suas espadas.
-Eu me sinto melhor apenas com estas duas e mais ninguém.
Ele não se convenceu com aquela frase. Na verdade a garota
nem parecia com uma guerreira. Ela deveria ter pouco mais de vinte anos, seu
corpo conseguia deixar qualquer mulher com inveja, sua pele era branca e
delicada e seus cabelos tinham uma cor lilás perfeita. Ela parecia mais com uma
princesa do que com uma caçadora de monstros.
-Vamos fazer assim eu te trago a cabeça dele e então
negociamos o pagamento.
Após dizer isso, a jovem deu as costas e seguiu em direção à
floresta. O índio continuava preocupado com a linda garota que estava se
arriscando, talvez fosse melhor rezar para que os deuses a protegessem.
-Não adianta rezar para os deuses. -gritou a jovem. -Aqueles
inúteis não se importam com nada que acontece aqui embaixo.
Dito isso, ela entrou na floresta, deixando para trás o
velho xamã boquiaberto.
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Montanha do Dente do Dragão, quinta hora do segundo sol.
O grupo chegou até os pés da gigantesca montanha que se
erguia no meio do Bosque de Farn. Segundo as informações de Morn, ali eles
iriam encontrar o rubi que tanto procuravam.
-Não precisamos escalar né? -perguntou Thargon olhando para
cima.
-Está com medo boizinho? -caçoou Morn.
-Não precisamos amigo minotauro, existe uma caverna em algum
ponto daqui. -falou Arwen
O grupo começou então a procurar a tal caverna, mas não a
encontravam em nenhum ponto da montanha. O sol já estava baixando quando Lobo começou
a cavar em um ponto mais afastado da floresta.
-O que ele esta fazendo ali? -perguntou Laurëa apontando
para o animal.
O grupo se aproximou do local e encontraram uma abertura que
seguia por baixo da terra em direção à montanha. Os amigos se olharam e
decidiram descer. Não havia escadas, o túnel era cavado diretamente no solo de
modo muito rustico, mas era bastante largo, o grupo conseguia caminhar
facilmente lado a lado. Após quase meia hora de descida o grupo se deparou com
algo que destoava completamente do resto do túnel. A frente deles haviam duas
monumentais portas de ouro puro com leves desenhos negros.
-Isso não deveria estar aqui. -falou Morn visivelmente
preocupado.
-Mas está. -Gwenh parecia sério. -Vamos tentar abrir.
Todos tomaram posição para tentar empurrar a porta, mas não
foi algo difícil, a porta deslizou com facilidade e revelou um cenário inacreditável.
Havia uma vasta sala feita de pedra lisa, nas paredes lindas tapeçarias davam
um ar nobre ao largo salão. Estátuas de bravos guerreiros e lindos móveis
feitos da mais pura madeira completavam a inacreditável decoração. No meio do salão
tinha uma cachoeira que descia do teto e aterrissava em uma piscina de ouro que
ocupava quase todo o espaço do salão. Na outra ponta estava outra porta dupla,
desta vez feita de esmeralda com detalhes em prata.
-Isso não esta me cheirando bem. -falou Arwen
-A mim também não druida. -comentou Morn. -Isso mais parece
o castelo de um rei.
-Pois eu desconfio de algo muito pior amigo. -Gwenh não
tirava os olhos das tapeçarias. -Vamos em frente, mas estejam preparados para
uma luta difícil.
De repente um rosto se formou na cachoeira, mas era um rosto
familiar para os aventureiros. Era Çaesar.
-Vocês não são bem vindos aqui. Saiam. -falou o rosto
-Çaesar? O que você esta fazendo aqui? -gritou Morn - Descobrimos
que um dos rubis esta nesta montanha.
-Vocês não são bem vindos aqui. Saiam. -repetiu Çaesar.
-O que você acha Laurëa? -perguntou Gwenh
-Não é ele. Acho que é uma magia de defesa que identifica um
rosto que nos seja importante e o usa para nos intimidar. -respondeu a clériga.
-É uma magia muito poderosa, requer um grande controle Elemental.
-Ótimo, vamos em frente então.
Assim que passaram pela cachoeira o rosto se desfez. As
portas de esmeralda se abriram sozinhas, dando passagem para um amplo corredor
feito com as mesmas pedras do salão. Esse corredor ia subindo levemente
enquanto fazia uma curva. Tapeçarias e estátuas enfeitavam o corredor, mas dividiam
espaço com portas de madeira pequenas, onde apenas um humano normal poderia
passar, o largo corpo de Morn teve dificuldade em passar por uma delas.
Nestas salas eles encontraram algo que os deixou
impressionados. Todas as salas estavam lotadas de tesouros e armas. A primeira
sala continha moedas de ouro, coroas e pedras de ouro bruto. A segunda eram
pedras raras, diamantes e esmeraldas, mas nem sinal do Rubi da Virtude. Na
terceira porta eles encontraram armas de todos os modelos e espécies.
Morn se aproximou de um incrível martelo feito de diamante e
com um cabo de prata. Mas ao tocar na arma, ela se desfez em uma espécie de fumaça
e ao lado do orc apareceu um boneco de barro musculoso com quase dois metros.
-Ok, entendi, sem tocar. -disse o orc se afastando, ao
chegar à porta o Elemental se desfez e a arma reapareceu.
-Isso é uma magia muito poderosa. Primeiro domínio de água,
agora de terra. Poucos magos tem esse controle de dois elementos. Eu diria que
apenas Talude e Vectorius conseguem tamanho poder. -falou Laurëa.
-E se não for obra de um mago ou feiticeiro? -perguntou Gwenh.
Todos olharam para o elfo, o que ele estava tentando dizer?
-Fale logo o que te preocupa elfo. -falou Morn.
-Vamos olhar a última sala, lá vai estar à resposta. -disse
o elfo dando as costas e sacando sua espada.
A última porta também era de madeira, mas tinha o mesmo
tamanho das portas de ouro. Ao empurrarem a porta eles sentiram como se
tivessem saído para a rua novamente. Dentro desta sala existia uma pequena
floresta, até mesmo um pequeno riacho cortava a imensa sala. Provavelmente de
onde saia à água da cachoeira do salão.
O grupo atravessou o riacho e encontraram um baú de ouro
escondido em meio às samambaias. Thargon se adiantou em direção à arca, mas
Arwen o parou. Atrás do baú havia um grande buraco, dentro dele tinha uma pilha
de tesouros. Morn rapidamente encontrou algo que lhe chamou atenção.
-O rubi.
Gwenh rapidamente saltou para dentro do poço, mas ignorou
completamente o rubi, o que deixou seus companheiros intrigados. Ele foi até
uma ponta, se abaixou e pegou algo que parecia ser uma pequena pedra de
esmeralda, mas era mais fina, parecia com uma...
-Por Ragnar, isso não é o que eu estou pensando? -gritou o
orc.
-Sim amigo. Precisamos sair urgente desse toca. -disse Gwenh
enquanto pegava o rubi e saia de dentro do buraco. -Isso aqui é o lar de um dragão
verde. -finalizou o elfo mostrando a escama verde.
O grupo começou a procurar por uma saída em todos os lados,
mas foi Arwen que encontrou um novo túnel escondido atrás de algumas plantas.
Parecia com aquele primeiro, escavado diretamente na terra.
Após quase duas horas de caminhada o grupo encontrou uma
cortina formada com plantas. Ao atravessarem essa barreira eles se depararam
com uma floresta, completamente diferente do Bosque de Farn.
-Por Ragnar, aonde viemos parar? -falou Morn.
Continua...
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N/R: Novamente atrasei BdNM. Perdão caros leitores, mas alguns problemas me impediram de postar na segunda-feira.
Felizmente tudo se resolveu e BdNM está de volta.
Até segunda :D
Abraços
Haag
muito bom o senso de humor de Morn, raxei o bico "-Está com medo boizinho? -caçoou Morn."
ResponderExcluirMuito bom Haag, a estória está se desenvolvendo muito bem.
Grande Marcos, senti a falta de seus comentários nos últimos capítulos. :D
ExcluirUm dos grandes trunfos de Morn é realmente seu senso de humor. Somado com o Thargon, tornam a história bem mais divertida. :P
Ele é um dos meus favoritos.
Então, consegui tirar um tempinho de férias do serviço também, dai dei uma sumida da vida,fui passear...mas (in)felizmente tudo voltou ao normal já.
ExcluirFérias???
ExcluirPalavra estranha essa, nunca ouvi falar nisso. hahahaha
É, uma semana a cada 6 meses eu tenho uma amostra grátis de o que poderia ser realmente férias.
ExcluirGente que bacana, vários blogs estão postando trabalhos 'próprios', confesso que eu adoro esse tipo de iniciativa!
ResponderExcluirMuito obrigado Gabriela.
ExcluirAqui no blog nós temos mais um trabalho "made in FB". Dois Mundos é escrito pela Carol e é publicado toda sexta. :D