Livro 1 - Conspiração
Arco I - Vilarejo de Koonji
Cap. 04 - Segredos
Orla das Florestas
Vermelhas, quinta hora do breu.
O grupo seguia em direção
à fazenda do conde Brins. Jacques estava carregando o corpo do conde Sethof, ao
lado a esposa chorava enquanto Vëon tentava acalma-la. Na frente iam Gwenh e Morn,
o meio orc carregava o corpo do monstro nos ombros enquanto reclamava de Vëon:
-Você não precisava
ter fritado todo o corpo deste animal. Eu poderia fazer um belo casaco branco
com esse pelo.
-Por favor, temos
assuntos mais importantes que um casaco para resolver -respondeu o gênio- E por
que, em nome de Wynna, você esta carregando essa fera?
-Essa é fácil
feiticeiro, nos temos que levar o corpo como prova de que completamos o
trabalho. -falou o orc.
Ao lado, Gwenh
permanecia em silêncio. O elfo sabia que aquilo não estava bem resolvido, e uma
rápida troca de olhares com Vëon mostrou que o gênio pensava da mesma forma.
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Mansão do conde Brins,
sexta hora do breu.
Todos estavam reunidos
na sala de reunião. Jacques tentava acalmar a Sra. Sethof enquanto alguns
empregados tentavam cuidar do ferimento de Morn. Próximo à lareira estava o
conde Brins parado, olhando para o corpo falecido do amigo.
Gwenh estava sentado
na janela, olhando em direção à floresta, quando Vëon se aproximou:
-O que você encontrou
dentro da floresta? -perguntou o gênio.
-Não tive muito tempo,
fui para lá no momento em que vocês saíram da taverna. -respondeu o elfo sem
retirar os olhos da floresta- Mas no pouco que andei antes de ouvir o barulho
do ataque, encontrei algumas pegadas de botas humanas e algumas marcas de
fogueiras. Também encontrei uma toca de lobos, onde deveria ter no mínimo
quatro animais.
Neste momento eles
foram interrompidos pela voz de Morn:
-Ei conde, lá fora
esta o corpo do monstro que estava atacando seu vilarejo. Podemos começar a negociar o pagamento?
-Assim sim, vamos ver
isso. -respondeu o conde de maneira atrapalhada.
-Senhor conde. -disse Gwenh
enquanto saltava da janela- Tenho a impressão de que o senhor esta nos evitando
desde que chegamos aqui. Assim como desconfio que o senhor saiba mais do que
fala.
Um silêncio nervoso
tomou conta do local. Ao longe um urro de um lobo fez todos se sobressaltarem.
-Isso confirma minha
teoria, certo conde? -falou de maneira irônica o elfo.
-Eles precisam saber
Marcus -falou a Sra. Sethof- Eles já estão envolvidos, e a morte do Renoar só
serviu para confirmar nossos medos. Você não viu o tamanho daquela fera. Renoar
tinha certeza que isso era obra deles.
-Deles? -perguntou o
orc se levantando da cadeira e empurrando alguns médicos- Acho que o senhor não
contou algumas coisas, e pelo visto coisas que teriam evitado a morte do
Sithof.
O conde olhou
novamente o corpo do amigo como se esperasse uma opinião dele. Um novo barulho
veio das florestas, porém desta vez era um grito humano. Vëon se aproximou do
conde e disse:
-Eles já estão agindo.
Se o senhor não começar a falar, nós teremos que ir embora. Isso tem algo a ver
com o fato de que apenas os fazendeiros foram atacados?
-Ok -respondeu o
derrotado conde- vou lhes contar toda a historia do nosso vilarejo...
Novamente um urro
vindo da floresta.
"... há muitos
anos, quando Megalokk ainda governava o panteão dos deuses e as feras dominavam
o mundo, nosso vilarejo era protegido por um culto que venerava os monstros do deus
Megalokk. Eles defendiam que humanos e monstros podiam dividir seus poderes em
busca de um poder maior. Muitos moradores foram sacrificados nos experimentos
em busca desta criatura perfeita. Mas eles eram poderosos e defendiam o vilarejo
contra ataques de monstros e até mesmo saqueadores.
Mas então veio o dia
da justiça, e Khalmyr assumiu o controle do panteão e trouxe consigo a ordem e
a justiça. Todos os monstros de Megalokk foram destruídos pelo poder dos
paladinos sagrados, e seus adoradores punidos. Nós ficamos com medo que o
vilarejo fosse condenado como seguidores de Megalokk, então eu e os demais
fazendeiros decidimos trair o culto e entrega-los para o julgamento de Khalmyr.
Chamamos os paladinos e alegamos que tínhamos sido obrigados a compactuar com o
culto durante os anos. Então eles foram caçados e destruídos.
Quando os ataques começaram,
pensávamos que se tratava apenas de um lobo ou algum troll que desceu das Sanguinárias.
Porém os ataques ficaram apenas centralizados nos fazendeiros, e conforme aconteciam
maior ficava o monstro que nos atacava, e então a carta de vocês chegou.
Até a última noite nós
apenas desconfiávamos principalmente Renoar. Ele já havia entrado na floresta
em busca de pistas, e disse ter encontrado vestígios de humanos dentro da
floresta. Quando soubemos que a fera havia tentado invadir a casa de Renoar,
apenas aumentou nossa certeza.
Após terminar, o conde
se ajoelhou ao lado do amigo morto e começou a chorar, se desculpando e sendo
consolado pela viúva.
Jacques foi o primeiro
a falar:
-Isso pode ser maior
do que eu aguento.
-Todos nós jovem
ladino -falou Morn- Um culto de adoração a monstros. A julgar pelo tamanho
daquele lobo, eles estão bem próximos de conseguir seu objetivo.
-Você falou em uma
toca de quatro lobos -disse Vëon para Gwenh- Se considerarmos que todos estão
vivos, eles ainda têm três espécimes para tentar.
-Você consegue
encontrar essa toca novamente? - perguntou Morn
-Consigo, ela fica na
entrada das Sanguinárias -respondeu Gwenh- saindo daqui não levaremos nem uma
hora.
-Ótimo, então iremos
acabar com isso - respondeu Vëon, e virando-se para Jacques- Eu entenderei se não
quiser ir, saiba que ninguém ira o recriminar.
-Eu irei -respondeu o
ladino- Espero que Hynnin me role bons dados.
-Assim que se fala
jovem humano -falou Morn com uma risada- Iremos todos, e antes que o primeiro
sol apareça, traremos a cabeça de todos eles.
E assim o grupo seguiu
em direção as florestas vermelhas. O conde não conseguia acreditar que um grupo
tão confiante poderia ter vindo para ajudá-los, isso deveria ser obra de
Khalmyr. Eles seriam vitoriosos.
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Florestas Vermelhas,
quinta hora do breu.
Aparentemente a fêmea
havia sido derrotada. Mas tudo bem, como o líder disse, ela era apenas um
fracasso. Normalmente fêmeas são. Mas ainda tinha os dois filhotes e um adulto,
todos eles machos. Por algum motivo o líder mandou usar apenas os filhotes. E
matou o adulto, deixando o corpo para apodrecer em cima de uma pedra.
Mas o mestre é sábio,
ele conversa com Megalokk pai de todo o mal, ele sabe o que esta fazendo, vai
ser o fim deste vilarejo.
Continua...
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N/R: Bom galera, vou trazer uma aula de historia basica para os que não conhecem o cenario de Tormenta e nem o mundo de Arton. Hoje começamos com os 20 deuses do panteão.
Vocês vão ver muito os personagens falarem neles, pois em Arton os deuses são muito presentes na vida das pessoas (o que nem sempre é bom). Atualmente os 20 deuses são:
Khalmyr (deus da justiça e pai dos anões), Nimb (deus do caos), Alihanna (deusa da natureza), Oceano (deus dos mares), Lena (deusa da vida), Glórienn (deusa dos elfos), Keenn (deus da guerra), Megalokk (deus dos monstros), Tenebra (deusa das trevas), Valkaria (deusa da ambição e mão dos humanos), Lin-Wu (deus da honra), Tanna-Toh (deusa do conhecimento), Sszaass (deus da traição), Marah (deusa da paz), Thyatis (deus da ressurreição), Winnna (deusa da magia), Tauron (deus da força e pai dos minotauros), Azgher (deus sol), Ragnar (deus da morte e pai dos goblinóides) e Hynnin (deus da trapaça).
Mas qualquer pessoa pode ascender ao posto de deus maior de Arton. Para isso precisa ter seguidores suficientes e que uma das 20 cadeiras divinas esteja vaga. Prova disso são os casos de Hynnin e Ragnar, que não eram deuses maiores na criação do mundo.
Ambos entraram no lugar de Tillian (deus da invenção e pai dos gnomos) e do "Terceiro", aquele que não existe registro nenhum, que foram expulsos após tentar usurpar o poder de Khalmyr (mas isso é para outra aula).
Também tem os casos dos deuses afastados, que deixam de fazer parte dos 20 maiores, mas não são substituidos, podendo voltar anos após, como aconteceu com Sszaass e Valkaria (também para a proxima aula).
Espero que tenham entendido um pouco de como funciona o panteão de Arton. :D
Abraços.
Haag
Além de uma boa estória ainda teremos aula dos deuses de Arton...
ResponderExcluirA verdadeira explicação está começando a aparecer, e a estória está se desenrolando muito bem...ainda tenho um pouco de raiva de Jacques, mas ele está tentando ser bom e está até se arriscando,mesmo sabendo ser fraco... Acho que gosto mais de Veon, não sei se você já descreveu ele, não lembro... mas ele tem barba branca? se não,deveria ter,porque todos fodas tem barba branca
Nos proximos N/R irei descrever um pouco os personagens então. :D
ExcluirMas já te adianto que não. Ele tem aproximadamente 70 a 80 anos, o que para um quareen é novo (a raça vive até 200 e 300 anos), ele seria para os quareens o que um adulto entre 25 e 30 anos é para um humano. :D
Que bom que você esta gostando de ler. Eu tambem estou adorando escrever esta serie para voces.
Abraço
Ah eu gosto do mundo de Tormenta já joguei bastante nesse cenário
ResponderExcluirbjos
Que bom que você gosta Taty. :D
ExcluirEspero que continue lendo a historia :D
Bjos
Muito bom esse capítulo, esclareceu uma parte do mistério.
ResponderExcluirAdorei a aula de história hahaha...
Morn perdeu pontos comigo por querer fazer um casaco. u.u
ResponderExcluirEu não lembro se já te falei isso antes, mas quando criança eu ganhei a fita (sou velha) das guerreiras mágicas e em um episódio tem uma pedra que atrai todos os monstros e eu acabei lembrando disso, embora só o em comum seja os monstros.
Eu não gosto de matem lobos. u.u
Eles podiam ser criaturas horrendas que não se parecessem com lobos neh? -q
Assim eu me pego um pouco torcendo para eles. shauhsau.