Livro 1 - Conspiração
Arco I - Vilarejo Koonji
Capitulo 01 - A Carta
Já estava iniciando a
quarta hora do segundo sol, mais duas horas e o breu começaria. A carta era bem
clara, o vilarejo estava enfrentando sérios problemas com ataques a fazendeiros
durante a noite. Provavelmente um lobo ou um no máximo um troll errante que
desceu das Sanguinárias, trabalho fácil e pagamento bom, tudo que um ladino
precisa para sobreviver.
Quem cruzasse na
estrada com aquele humano mirrado com a mochila nas costas dificilmente
imaginaria que ele era um herói indo salvar algum vilarejo de um perigo mortal.
Claro, herói era um exagero, pois essa era recém sua primeira missão como
ladino aventureiro. E alguém passar era mais complicado ainda, já fazia mais de
um dia que nenhuma pessoa cruzava por essa estrada. Seria a proximidade das
Montanhas Sanguinárias ou os ataques ao vilarejo já fazia efeito nos viajantes?
Jacques não sabia o
que pensar desse caso. Por que o líder de um vilarejo tão afastado do resto da civilização
iria se preocupar em convidar um reles ladino iniciante de Valkaria, ainda mais
com uma oferta de trabalho tão alta, afinal quem pagaria mil pecas de ouro para
livrar o vilarejo de lobos?
E com essas duvidas
ele atravessou metade do Reinado em busca de sua aventura.
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-Malditos goblins, são
piores que ratos...
Morn estava reclamando
novamente de goblins, o taverneiro já conhecia a fama do meio orc mercenário.
Dois metros de altura e a cara mais feia do mundo, sempre de mau humor e
briguento, mas sem duvida o melhor mercenário que existia, afinal quantos mercenários
conseguiam realizar magias de cura?
A história de hoje era
sobre um trio de goblins que haviam invadido a mansão de um figurão anão. Morn
foi contratado para recuperar os tesouros do anão e levar três cabeças de goblins
como brinde. E Morn sempre cumpria suas missões.
Aparentemente os
goblins se esconderam dentro de um buraco e o meio orc precisou explodir todos
os tuneis, o que acabou destruindo os tesouros do anão que ficou bastante
irritado e jurou que o orc não arranjaria mais emprego na cidade.
Morn já estava no
terceiro caneco de cerveja e contando novamente a historia do anão, foi quando
um gnomo entrou na taverna e se dirigiu a ele com uma carta. Morn é um dos
poucos Orcs capazes de ler o idioma humano no Reinado, e aparentemente ele
gostou do que leu.
-Ragnar me rolou bons
dados hoje. Taverneiro mais uma caneca pra mim, e trás um hidromel para o meu
amigo gnomo aqui.
Porem o gnomo já havia
saído na mesma velocidade que tinha entrado. Não que Morn tenha percebido isso.
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Vilarejo de Koonji,
quinta hora do segundo sol.
Vëon desembarcou no pórtico
do pacato vilarejo de Koonji. A carta falava sobre os ataques de uma fera
durantes os horários de breu. Na carta eles solicitavam a presença de um
feiticeiro da Academia Arcana para tentar a captura da besta. Algo totalmente desnecessário
na opinião do jovem feiticeiro, pois deveria ser na pior hipótese um troll
desgarrado, qualquer aventureiro iniciante pode resolver isso, não precisava de
intervenção da Academia Arcana. Muito menos de toda a atenção que o mestre
Talude colocou.
A carta falava em
esperar na taverna pelo contato do Conde Brins. Vëon se encaminhou ate o único prédio
de dois andares no pobre vilarejo. Ao entrar na taverna, logo foi abordado por
uma jovem:
-Os senhores estão
aqui para a reunião com o Conde Brins?
-Sim. - respondeu uma
voz atrás de Vëon.
Ao se virar, Vëon se
deparou com um jovem humano de aproximadamente 17 anos e que aparentemente também
aguardava pela reunião com o conde. Seria um estudante? Talude não falou nada
em um estudante, também não haveria necessidade para tanto. Mas resolveu seguir
o fluxo e também confirmou.
A atendente levou
ambos a uma mesa no fundo da taverna e serviu uma caneca de hidromel para cada,
e antes de sair, Vëon perguntou:
-O conde ainda vai
demorar?
-Já deve estar
chegando, vocês acreditam que os outros dois já vão ter chegado? -questionou a
atendente.
Outros dois? Diante do
silencio dos dois, a jovem se retirou e os deixou sozinhos. Vëon aproveitou o
momento para conversar com o misterioso garoto:
-Mestre Talude não me
comentou nada sobre um estudante vir me ajudar, não creio que seja necessário
mais uma pessoa para um caso tão simples. Na verdade não era necessária nem a
minha presença aqui. O que você acha?
-Talude? - o jovem
parecia intrigado- Foi o poderoso mago Talude que me contratou para essa missão?
Achei que a Academia Arcana tivesse milhares de feiticeiros e necromantes, e não
precisasse de ladino iniciante como eu.
-Ladino? Com certeza a
Academia Arcana nunca recorreria a um reles ladino. -indignou-se Vëon.
Neste momento entrou
pela porta um homem de aproximadamente 42 anos, com roupas finas que destoavam
da roupa dos demais moradores e duas poderosas espadas na cintura. O taverneiro
em pessoa o atendeu e apontou a mesa onde os dois conversavam. Ele se aproximou
e se apresentou, seu nome era Conde Brins.
O conde sentou-se à
mesa e falou:
-Bem vindos senhores, vocês
devem ser o ladino Jacques e o feiticeiro Vëon, estive aguardando suas presenças
desde que recebi sua carta dizendo que enviariam seu grupo a nossa cidade. Mas não
esta faltando gente? Na carta vocês falavam em quatro membros. Os outros
desistiram?
-Espera, foi o senhor
que me enviou uma carta convidando para livrar o vilarejo de uma besta. -afirmou
o ladino.
O conde coçou o
queixo, olhou para os dois a sua frente.
-Podem ter certeza que
não enviei. Eu ate pretendia colocar um anuncio em Valkaria solicitando
aventureiros, mas ai recebi a carta do seu grupo. Mas aparentemente não são vocês,
me desculpem.
O conde então se
levantou e quando estava para se retirar foi parado por Jacques:
-O senhor pode não ter
me enviado uma carta, mas eu estou aqui. Se ainda precisa de aventureiros, eu
aceito a oferta.
-Muito bem. -respondeu
o conde com os olhos brilhando de esperança - E você senhor Vëon, vai aceitar também?
-Não vou lhe dizer que
aceito, mas quero descobrir a historia por trás destas cartas. -respondeu o
quareen.
O conde abriu um
sorriso, virou para o taverneiro e ordenou:
-Os melhores quartos
para nossos heróis e uma rodada de cerveja para todos aqui por minha conta. -e
virando-se para os dois aventureiros- Descansem esta noite, amanha uma
carruagem os levará ate minha casa e poderemos negociar.
Dito isso, o conde se
retirou.
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Todos já dormiam no
vilarejo quando um vulto sinistro partiu da orla das Florestas Vermelhas em direção
à fazenda da família Sethof sem que ninguém o visse.
Enquanto isso na
taverna Vëon não conseguia dormir pensando nas estranhas cartas.
Continua...
Muito interessante
ResponderExcluirQue bom que você gostou :D
ExcluirEspero que continue seguindo, muitas surpresas vão acontecer ainda.
Eu acho que só eu mesmo que não tenho tanto talento para a escrita e muito menos para inventar nomes legais. Parabéns Haag, começou muito bem sua série...
ResponderExcluirSua serie me fez lembrar um pouco de 'O nome do vento', caso não tenha lido ainda, leia e use de muita inspiração (não que o livro seja tão fantasioso que tenha globins e trolls,mas é uma otima estoria)...
Mandou muito bem mesmo e quero seguir a série...já tem ideia de em quantas partes será dividida?
Valeu Marcos. :D
ExcluirVou dar uma procurada. O nome não me é estranho.
Posso te adiantar que é beeeem longa :P
Esse primeiro "livro" chamado de Conspiração (da até pra encarar como temporada) vai ser divido em 6 "arcos".
Esse primeiro "arco" tem 7 capitulos (todos eles eu ja terminei de escrever).
Ou seja, o arco do Vilarejo de Koonji só vai terminar dia 10 de Junho.
Acho que essa primeira temporada vai durar 1 ano (aproximadamente 50 capitulos).
Mas na minha cabeça eu ja tenho os 3 livros prontos. Se colocar uma media de 50 capitulos em cada, vocês teriam que me aguentar 3 anos :P
Espero que você goste :D
Abraço
Poxa vida! Adorei! *-*
ResponderExcluirQue baita talento! Gostei muito desse primeiro capítulo. No início eu achei bem confuso, mas a medida que eu lia, eu entendia bem melhor o assunto! Está realmente muito bom, quero acompanhar sempre. Então quer dizer que só a primeira temporada pode durar um ano? E consequentemente, 3 temporadas vão durar 3 anos. Uau, vai ser 3 anos e tanto! Farei o possível para estar acompanhando sempre! Prometo.
Meus parabéns Flávio :)
Muito obrigado Jessica :D
ExcluirFiquei bem feliz com seu comentario. Daqui a pouco ja estarei publicando o 2 :D
Bjos
Quanta criatividade!! Adorei o capítulo 1 e vou arranjar um tempo pra acompanhar. Fiquei com algumas dúvidas, mas acredito que ao longo da história vou entender e me envolver com esse novo mundo!! Você está de parabéns =D
ResponderExcluirQue bom que você gostou Gisele.
ExcluirEu procurei deixar tudo vago pois o ambiente de Arton é realmente assim.
Nem mesmo os herois sabem o que esta acontecendo.
Espero que leia os outros capitulos tambem :D
O Morn é tão cool, adoro ele.
ResponderExcluirAdoro o nome do Jacques também, combina com o personagem.
Eu já lhe disse que adorei a história e que me sinto em Senhor dos Anéis, mas com uma escrita que eu gosto.